O título da série foi composto depois da leitura de Peck do livro de mesmo título escrito pelo autor sueco Sven Lindqvist sobre o imperialismo europeu na África. |
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No livro "Silenciando o passado" do antropólogo haitiano Michel-Rodolph Trouillot, pondera sobre a história haitiana e argumenta que estruturas de poder desiguais funcionam para criar e reforçar narrativas históricas que contêm feixes de silêncio. Na série, a história acaba não sendo só do Haiti, mas também do próprio Raoul Peck. O diretor mistura filmagens pessoais, filmagens documentais, animação em desenho e cenas de ficção para contar os entrelaços de sua vida pessoal e todo enredo proposto. |
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Durante a contestação da "história oficial" ao longo da série, é de importância a visão do historiador francês Jaques Le Goff e suas reflexões sobre a memória coletiva. "Tornar-se senhores da memória e do esquecimento é uma das grandes preocupações das classes, dos grupos, dos indivíduos que dominavam e dominam as sociedades históricas" (LE GOFF, 1988, P. 6). Os ideais do século 18 de liberdade e revolução são associados com a Guerra de independência dos EUA ou a Revolução francesa, a associação desse tema a Revolução Haitiana não é lembrada. Os porquês da não memória e a importância do questionamento do esquecimento de uma revolução liderada por escravizados pretos é um dos pontos trabalhados em "Exterminate all the brutes".
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